domingo, 15 de julho de 2007

Três obras seminais para se entender o Brasil

Seguindo os passos descritos em minha postagem de 27 de maio, três obras se destacam no conjunto das citadas:
Casa-grande & senzala, de Gilberto Freyre;
Formação do Brasil contemporâneo: colônia, de Caio Prado Jr. e
Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda.
Foram publicadas há pouco mais de setenta anos; as duas primeiras em 1934 e a terceira em 1936. São consideradas seminais porque os estudiosos reconhecem nelas uma originalidade que veio a influenciar todos os estudos posteriores sobre o Brasil. Não podem ser ignoradas, quer se concorde com ou se discorde dos pontos-de-vista de seus autores.
Casa-grande & senzala é o primeiro tomo do que Gilberto Freyre intitulou Introdução à história da sociedade patriarcal no Brasil e tem por subtítulo formação da família brasileira sob o regime da economia patriarcal. O segundo tomo, Sobrados e mucambos: decadência do patriarcado rural e desenvolvimento do urbano, foi publicado logo em seguida, em 1936. O terceiro, Ordem e progresso: processo de desintegração das sociedade patriarcal e semipatriarcal no Brasil sob o regime de trabalho livre: aspectos de quase meio século de transição do trabalho escravo para o trabalho livre e da monarquia para a república, só foi publicado mais de 20 anos depois, em 1959.
Caio Prado não deu seguimento à sua Formação do Brasil contemporâneo, apesar de ser esta sua intenção, conforme expressa na introdução da mesma.

Um comentário:

A. P. Leme Lopes disse...

Realmente me pergunto se essas obras ainda são assim tão importantes hoje. Acho que a chancela de Antônio Cândido (e da USP) e a falta de novas obras abrangentes sobre o país fazem muito da fama desses clássicos. Não que sejam livros ruins, de maneira nenhuma, mas não creio que nenhuma obra escrita na década de 1930 consiga explicar o mundo de hoje.